sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições


"Esta Lei marca a participação da responsabilidade do cidadão naquilo que o incomoda: a corrupção. Tenho insistido que não é possível se desfazer, ignorar ou desprezar a política. Por que se a política não vai bem, os políticos não são bons, os que estão lá fomos nós que colocamos. É nossa responsabilidade, de cada um de nós, fazer com que pessoas de bem estejam nos cargos. Nós temos o compromisso permanente de fazer com que a política melhore", ministra Carmén Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A palavra "política" vem de polis, ou seja, a comunidade política que interage em sua cidade. A política deveria ser o meio pelo qual o cidadão (eu, você...) pudesse melhorar suas condições de vida e de convivência social, onde mora, estuda, trabalha, relaciona-se com outras pessoas e se diverte.

Se a política for entendida e praticada assim, ela começará a fazer sentido para nós e para as pessoas com quem nos relacionamos. Desse modo, todos nós teremos um grande interesse por ela.

Você também poderá encontrar uma maneira de perguntar aos candidatos. Se responderem que sim, que estão comprometidos com essa agenda de mudança da política, como é que você vai saber se eles estão sendo honestos e sinceros?

Isso você só vai saber depois. Mas se eles o enganarem, você já saberá com que tipo de pessoas está lidando. E nunca mais dará seu voto a esses políticos. Você também poderá exigir que os candidatos que querem seu voto assinem um compromisso em prol dessas mudanças. É claro que eles poderão romper com o compromisso, mesmo tendo colocado sua assinatura em um documento, mas você terá uma prova para pressioná-los. Você poderá denunciá-los nos meios de comunicação. 

Você poderá publicar - em um blog, uma comunidade de um site de relacionamento - o documento assinado pelos que não honraram o compromisso estabelecido. Você poderá até mesmo criar uma plataforma digital de rede social para divulgar tudo isso, conectando outras pessoas descontentes com tal comportamento. Ainda é pouco, todos sabemos, mas é melhor do que nada. E é possível que tudo isso acabe, em breve, tendo um efeito maior do que imaginamos. O poder das redes ainda é desconhecido em grande parte.

Voto responsável é aquele que se exerce a partir de uma avaliação criteriosa do eleitor sobre a efetividade do compromisso do candidato com a Ética na Política, com a Defesa da Democracia e com a Promoção do Desenvolvimento.

É fundamental votar bem, votar responsavelmente. Mas isso não basta. É necessário, após a eleição, fiscalizar e acompanhar permanentemente a atitude daqueles que foram eleitos, cobrando os compromissos que assumiram durante a campanha.

Estamos agora diante de uma oportunidade excelente para conhecer melhor os programas dos candidatos e verificar seu compromisso efetivo com a Ética, com a Democracia e com o Desenvolvimento. Cabe a nós, agora - e só a nós, eleitores - assegurar que a política seja valorizada, que as instituições públicas não continuem a ser degeneradas pela corrupção, que o Estado não seja aparelhado por grupos privados, econômicos ou partidários, que o país escape das armadilhas populistas, recuse o assistencialismo e o clientelismo e adote políticas que favoreçam o crescimento e impulsionem o desenvolvimento humano e social sustentável.
 
Fonte: Rede de Participação Política

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