Ontem foi realizado no município de Alcântaras, vizinho nosso, o primeiro debate eleitoral de sua história. Promovido por organizações da sociedade civil, teve como objetivo dar à população oportunidade de conhecer melhor as propostas e o comprometimento dos candidatos ao Executivo Municipal.
A primeira vez sempre parece mais difícil, a ansiedade e o nervosismo são grandes, e quem ouviu ou esteve presente no debate certamente notou. Ao final, vem a sensação de dever cumprido. Nunca é fácil, mas extremamente necessário e recompensador.
Fica a proposta de replicar a iniciativa noutros municípios de nossa região já nas eleições de 2012, continuar lutando por eleições limpas, livres, abertas.
Mas creio importante ressaltar algo que conosco ocorreu nessa ocasião.
No dia da reunião prévia com os candidatos Antônio Marcos (PRP) e Charlys Menezes (PSOL) – o candidato Eliésio Fonteles (PSB) não esteve presente –, numa rápida conversa com Charlys, falamos da necessidade do lançamento de candidaturas de esquerda, sem gordos financiamentos e compra de votos, que defendam as necessidades reais do povo, em nossa região. Sabia que a caminhada era longa e difícil, mas alguém teria que se dispor a fazê-la, e que teria de ser insistente. Falando em Coreaú: lá parece que a coisa está mais difícil que aqui. Concordamos.
No dia do debate, em suas considerações finais, falou de sua contrariedade às aberrações existentes nas eleições de nossa região, que abaixo tentamos resumir*:
(...) Coloca-se família contra família, irmão contra irmão, pai contra filho, vizinho contra vizinho... O povo é só algo a ser comprado para se conseguir lucro, benefícios para um pequeno grupo. O voto de cabresto ainda se manifesta quando pessoas votam em determinado candidato não pelas propostas que tem, mas pela esperança de um emprego na máquina pública; perde-se a independência, a dignidade. (...) Nós somos contra isso; somos a favor de um projeto popular, que como tal nasça do povo, por isso estamos aqui: para que o povo tenha opção. (...)
Bom, a similaridade existente entre os problemas políticos de Alcântaras e os nossos é muito grande, as soluções de igual modo. Ano que vem teremos novamente eleições municipais. Será que teremos opção? Se quisermos ter, a coragem e a determinação devem nos guiar.
Benedito Gomes Rodrigues
*Não está tal qual ele disse.