quinta-feira, 4 de novembro de 2010

REVOADA DOS DOADORES NA CAMPANHA TUCANA AUMENTA SOB A AÇÃO DA PF

A derrota nas eleições presidenciais, por uma diferença de mais de 10 milhões de votos, para a petista Dilma Rousseff, causou mais estragos aos cofres do PSDB do que imaginavam os tucanos mais emplumados. Fechadas as urnas, faltam ainda cerca de R$ 10 milhões para que as contas do partido atinjam o ponto de equilíbrio, segundo o comitê financeiro do candidato José Serra. O déficit foi ampliado por uma revoada de doadores, ainda nas horas que antecederam a consolidação da vitória da aliança de centro-esquerda que governa o país até 2014. Uma série de investigações da Polícia Federal sobre a transferência de recursos públicos para as campanhas eleitorais deste ano acelerou o processo.

A empreiteira Camargo Corrêa, uma das empresas que realiza obras para o governo do Estado de São Paulo, está entre aquelas que mais colaboraram para as campanhas dos tucanos. Executivos da companhia respondem a inquéritos na PF desde 2009, no âmbito da Operação Castelo de Areia, acusados de contribuir para o caixa 2 e pagar propina a políticos. Ainda assim, o volume de doações triplicou durante o período eleitoral, comparado às eleições de 2006.

Nas contas oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o grupo desembolsou R$ 79,1 milhões em contribuições a candidatos, comitês e diretórios nacionais. Em 2006, nos dois turnos das eleições, esse valor chegava a R$ 22,5 milhões. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, a empresa negou qualquer relação entre o aumento nas doações e o inquérito da PF. A empresa alega que a elevação reflete um aumento no faturamento da empresa.

Outras empresas no ramo da engenharia civil, como a construtora Andrade Gutierrez, também lideraram o ranking das doações. Esta última doou R$ 58,3 milhões aos políticos das várias legendas que disputaram as eleições, em todos os níveis. Quatro anos atrás, as contribuições da Andrade Gutierrez chegaram a R$18 milhões. O volume de recursos doados pela OAS, em 2010, na comparação com 2006, também quase triplicou. Passou de de R$ 11,9 milhão para R$ 34,3 milhão. A construtora Odebrecht foi outra companhia que elevou de de R$ 7,8 milhões, em 2006, para R$10,8 milhões nestas eleições.

Esses valores tendem a crescer até o final do mês, de acordo com o TSE, quando serão divulgadas as prestações de contas dos presidenciáveis José Serra e Dilma Rousseff.

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