O candidato Serra já há muito tempo nesta campanha vem mostrando sua verdadeira cara e suas verdadeiras intenções.
É nítido o fato de que o que está em jogo agora para eles (tucanos-pefelistas) é a sobrevivência de um modo de fazer política em que os principais interesses a serem respeitados são os do Capital, em depreciação aos direitos de milhões de brasileiros/as que vêem hoje um Brasil que avança rumo a eliminação da desigualdade – obviamente que ainda falta muito para chegarmos ao patamar ideal, mas estamos tomando um rumo certo. E para conseguir voltar ao poder e impedir a “morte" política de várias figuras representativas deste modelo que já não consegue enganar os brasileiros vale tudo, até usar o nome de Deus.
As táticas que vêm sendo utilizadas vão desde o uso da influência de representações das parcelas mais reacionárias das igrejas brasileiras até a veiculação de uma falsa imagem moralista de um político que tem valores e que merece ser votado por esses valores que supostamente os adversários não são detentores e/ou defensores – tudo o possível para desviar as atenções das propostas lançadas e a real possibilidade de execução das mesmas, ou que estas atendam aos interesses do povo.
Serra hoje é católico, amanhã talvez já seja evangélico, talvez depois varie para o budismo. Ora, a religião dele é a que consegue votos. O mesmo que, para ganhar em São Paulo, onde a presença do protestantismo é muito forte, era evangélico, agora tenta nos mostrar uma imagem de devoto de Nossa Senhora Aparecida e, mais recentemente, em uma tentativa mal sucedida, de São Francisco de Assis.
E tem uma mais nova: agora ele diz que é a favor do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. O mesmo que tem como uma de suas principais propostas, a qual até deixou de mostrar em sua propaganda eleitoral por perceber a reação negativa que já começava a se apresentar por parte da imprensa e do eleitorado, criar o genérico do defensivo agrícola, que é um nome bonito para agrotóxico, que, por sua vez, é sinônimo de veneno. Significa que, ao invés de propor políticas de desestímulo ao uso destas substâncias tão nocivas a nossa saúde e à natureza, incentivando, por exemplo, o uso de técnicas agroecológicas, ele deixa claro que deseja aumentar o consumo, a utilização de venenos.
Claro que o barateamento dos agrotóxicos são de interesse de alguém, do latifúndio, jamais da verdadeira agricultura familiar. Claro que quem ele pretende defender são os mais ricos, em detrimento dos mais pobres. E claro também que, para isso, ele precisa passar uma falsa imagem de “santinho” e tentar a todo custo desqualificar a candidata Dilma.
Ainda por cima, quando a oponente passa a responder no mesmo tom, ele se faz de vítima, de coitadinho. Procura se aproveitar a todo custo dos escândalos no governo, querendo que nós acreditemos que no tempo de FHC, que também foi seu tempo, não existia isso. “Me engana que eu gosto”. Está claro que a diferença que temos hoje em comparação aos tempos deles é que as investigações vêm sendo bem mais metódicas e a impunidade com isso diminuiu.
O suposto governo de união pelo Brasil, no qual ele tanto fala, não passa de uma enganação marqueteira. Temos que abrir os olhos e notar que os tucanos de maneira geral, esses sim, é que tentam a todo custo centralizar em suas mãos o poder no Brasil, esquecendo, deixando de respeitar as reivindicações dos movimentos sociais, que, claro, representam aqueles pelos quais não querem trabalhar – os pobres, os excluídos. Jogam a culpa em cima do PT, aquele que, segundo eles, só ajuda os seus. Mas não falam que esses “seus” são, em maioria, as lideranças dos movimentos sociais, que são mais do que qualificados e merecedores de auxiliar na construção de um governo que pretenda ser democrático, de um governo que queira ajudar a parcela dos brasileiros que sempre foi esquecida. Eles, a turma do contra, é que não representam movimento social algum.
Acho que já está mais do que na hora de nós abrirmos os olhos e não cairmos nesta arapuca mal feita que estão tentando armar contra nós – classe trabalhadora brasileira. Acreditar que o modelo deles de governar é igual ao modelo de Lula é um erro grotesco. A eleição está chegando e vai ser nas urnas que o povo brasileiro vai dizer em alto e bom som: o Brasil tem que seguir mudando.
Benedito Gomes
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