segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

LULA CONSTATA QUE BRASIL VIVE PADRÃO DE 'PLENO EMPREGO'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou, nesta segunda-feira, o desempenho do emprego no país divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério do Trabalho. Para Lula, o dado do emprego formal é “inusitado” e “extraordinário”. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fornecido pelo Ministério do Trabalho, mostrou que a economia gerou 138.247 postos de trabalho formais em novembro. Foi o segundo melhor para o mês da série, iniciada em 1992. Números do IBGE atestaram que o desemprego brasileiro caiu para 5,7% em novembro, ante 6,1% em outubro – o menor nível em oito anos.

– Eu fui dirigente sindical por muito tempo, briguei muito tempo contra o desemprego, eu vi empresas mandarem embora, numa única vez, 15 mil trabalhadores. Quando eu vejo, no Brasil, o IBGE divulgar que o desemprego está 5,7% e, em algumas capitais como Porto Alegre, está 3,7%, significa que nós estamos nos padrões de pleno emprego, que era considerado para os países europeus e para os Estados Unidos. Isso é uma coisa extraordinária. Vamos terminar o ano com praticamente com 2,6 milhões de empregos novos criados em apenas onze meses, o que é um dado inusitado, extraordinário para o povo brasileiro – afirmou, no programa de rádio semanal Café com o Presidente.

De acordo com Lula, que está nos últimos dias de seu mandato, a tendência é de melhora no desempenho sobre emprego no próximo ano por conta das obras previstas na segunda versão dos programas PAC e Minha Casa, Minha Vida, entre outros.
Compras de Natal

No programa, o presidente recomendou que os brasileiros tenham “senso de responsabilidade” nas compras de fim de ano:

– Que as pessoas aproveitem e comprem o que quiserem comprar, mas com muita responsabilidade para não se endividarem, porque o mês de janeiro é sempre muito pesado. Não vamos passar 2011 apertado, apenas pagando o que a gente gastou em 2010. Vamos gastar o suficiente para não atropelar a esperança e o futuro de todos nós – alertou, ao desejar um Natal em harmonia com a família.

Mercosul

Ainda segundo o presidente, em seu programa semanal de rádio, o Mercosul deve ser considerado um importante bloco comercial, e é preciso que o Chile, a Venezuela, Colômbia e o Peru também se integrem ao bloco.

– Para que a gente tivesse, efetivamente, uma região aduaneira muito forte e que pudesse incrementar ainda mais a produção e o consumo entre os países da América do Sul – afirmou.
Lula lembrou que o fluxo de comércio entre os integrantes do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) passou de US$ 10 bilhões em 2002 para US$ 86 bilhões em 2008.

– Numa demonstração de que nós encontramos o caminho de desenvolver os países do Mercosul, de mostrar que é correto a gente acreditar no potencial de relação comercial, relação política, relação cultural entre nós, e há uma afinidade plena. Quando assumi a Presidência, lembro que os países menores achavam que o Mercosul não valia nada, que não valia a pena, que era preciso procurar outro espaço para comercializar. E hoje está todo mundo convencido que o Mercosul é o nosso espaço – disse Lula.

Para o presidente, o bloco é o instrumento para negociar a conclusão da Rodada Doha, “brigando fortemente na Organização Mundial do Comércio (OMC)”, algo que, segundo ele, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, vai trabalhar para que se torne realidade.

Lula de volta

Em uma entrevista, exibida na madrugada desta segunda-feira em um canal de TV, o presidente Lula disse que poderá se candidatar novamente ao cargo, dentro de quatro anos, conforme estiver a situação política de seu partido, o PT, na ocasião. Lula deixará o cargo em 1º de janeiro com um índice de aprovação superior a 80%. Pela Constituição, ele não pôde disputar um terceiro mandato, o que o levou a indicar a ex-ministra Dilma. Questionado sobre sua intenção de voltar futuramente ao cargo, Lula respondeu:

– Não posso dizer que não porque estou vivo. Sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação política extraordinária – disse.

Lula, aos 65 anos, nunca negou totalmente a hipótese de voltar à Presidência, mas essa foi a declaração mais explícita até agora de que poderá disputar novamente o cargo. A admissão de Lula sobre um eventual retorno pode dificultar para Dilma firmar sua imagem independentemente do presidente, que teve grande influência na eleição da sucessora. Aparentemente ciente da repercussão que a declaração teria, Lula disse ao entrevistador:

– Eu fico até com medo, amanhã alguém vai assistir à tua entrevista, e dizer que Lula diz que pode ser candidato.

Mesmo assim, ele continuou discutindo essa hipótese, e concluiu:
– Vamos trabalhar para a Dilma fazer um bom governo e, quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer.

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