quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DISPUTA INTERNA POR NOVOS MINISTÉRIOS COLOCA CABRAL E TEMER EM ROTA DE COLISÃO

A presidente eleita Dilma Rousseff acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração das eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí, a 390 quilômetros de Belém, no Pará. É a primeira vez que Dilma acompanha Lula em uma inauguração desde que foi eleita. A presidenta viajou no início da tarde atendendo ao convite do Planalto. Para acompanhar Lula, Dilma remanejou compromissos da transição previstos em sua agenda. Antecipou a conversa com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para a noite passada e adiou para esta terça-feira a reunião que teria nesta tarde com especialistas em gestão na área de saúde para discutir ações a serem implantadas no setor.

A obra a ser inaugurada por Lula nivela o Rio Tocantins e abre a Hidrovia Araguaia-Tocantins, ligando o Porto de Belém à região do Alto Araguaia, em Mato Grosso. O projeto inicial é de 1981. Durante muito tempo a obra ficou parada, sendo retomada em 2006 pelo Ministério do Transportes e Eletrobras. O custo total da obra é de R$ 1,6 bilhão. Pela manhã, Dilma reuniu-se na Granja do Torto com o ex-ministro Antonio Palocci, com seu vice eleito, Michel Temer, com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, com o tesoureiro de sua campanha e ex-prefeito de Diadema, José de Filippi.

Nessa reunião com líderes do PMDB, na Granja do Torto, estiveram o presidente do Senado, José Sarney (AP), o senador Renan Calheiros (AL) e o presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer (SP). Logo após a reunião a presidenta eleita deixou a residência oficial de campo da Presidência da República com destino à Base Aérea de Brasília, onde embarcou com o presidente Lula.

Os três peemedebistas deixaram a residência oficial de campo da Presidência da República sem falar com os repórteres. Atualmente, o partido aliado tem seis ministérios na gestão de Lula e negocia com Dilma como será a participação no próximo governo, que terá início no próximo ano. No governo de Dilma, a legenda quer se manter em pelo menos cinco ministérios: Cidades, Minas e Energia, Agricultura, Integração Nacional e ainda uma nova pasta que reuniria as áreas de portos e o setor aéreo. Em troca, o partido aceitaria perder os ministérios da Integração Nacional e das Comunicações.

Ministério da Saúde

Na contramão do que os principais líderes do PMDB estariam articulando com a presidenta, o governador do Rio adiantou-se, nesta terça-feira, e praticamente anunciou a escolha de seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, para a pasta hoje ocupada pelo ministro José Gomes Temporão. Cabral vazou que teria conversado com a presidente eleita, na noite passada.

– Dilma foi muito enfática na campanha, na admiração do trabalho que nós realizamos aqui na saúde pública. E o secretário Sérgio Côrtes será o ministro da Saúde. Para nós, é uma honra. Já foi feito o convite da presidente Dilma a mim, eu já o consultei e ele aceitou – disse Cabral aos jornalistas.

Côrtes, no entanto, tem sido alvo de uma série de denúncias de superfaturamento nas contas da secretaria e seu nome desagrada o vice-presidente eleito, Michel Temer, que teria indicado o vice-presidente da Caixa Econômica Federal e ex-governador do Estado do Rio, Moreira Franco, para uma pasta no novo ministério.

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