Ainda no domingo (1º), logo depois das eleições, um dos coordenadores da campanha tucana, Xico Graziano, já responsabilizava o ex-governador Aécio Neves (PSDB) pela derrota de José Serra no segundo maior colégio eleitoral do país. “Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será?!”, dizia Graziano a quem quisesse ouvir.
Desde o início da campanha, o PSDB, internamente, estabeleceu um patamar de votos no estado para garantir a vitória de Serra e sustentar a justificativa de Aécio ao recusar a vaga de vice. Na ocasião, o agora senador eleito afirmou que isso não faria a menor diferença para o candidato.
Os tucanos, então, anotaram que nenhum presidente perdeu em Minas e que o vice que deu menos votos ao titular da chapa no estado foi José Alencar, em 2006. Mesmo assim ele conquistou 50,8% do eleitorado do estado para o presidente Lula. Agora, Dilma Rousseff se elege com mais de 58% dos votos mineiros. Sobrou para Aécio.
Durante duas extensas entrevistas concedidas neste domingo, em Belo Horizonte, o ex-governador já insinuou que deve liderar a oposição e cobrou uma revisão no seu partido. "O PSDB, qualquer que seja o resultado da eleição, tem que assumir de forma mais clara e explícita seu passado, sua história. Eu, por exemplo, tenho um orgulho enorme do presidente Fernando Henrique", disse. “O que precisamos é unir as forças de oposição. O DEM é um aliado natural, mas temos que ampliar nosso leque de alianças."
Com popularidade que chegou a marcar 80% em Minas, Aécio usará sua aprovação regional como moeda de negociação para se cacifar a uma futura disputa presidencial, depois de ser preterido do processo neste ano pelo PSDB e pelo próprio Serra. Ele deve enfrentar apenas o poder de fogo do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin. Caberá aos dois, neste caso, disputar um pretenso posto de protagonista.
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