Os dez partidos da coligação da candidata à Presidência Dilma Rousseff terão tranquila maioria na Câmara dos Deputados. Elegeram 311 dos 513 parlamentares, o que equivale a 60%. Na legislatura atual, o percentual é pouco menor, 58%. O PT foi o que mais conquistou cadeiras, 88, superando o PMDB, que ficou com 79.
Principais siglas de oposição, PSDB e DEM encolheram, perdendo 34 deputados. A configuração saída das urnas, contudo, ainda pode mudar, após julgamentos de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa.
Em 2006, o PT havia elegido 83 deputados federais no país. Na disputa deste domingo, a legenda se aproxima do número obtido em 2002, quando chegou a fazer 91 parlamentares. Já o PMDB, que na disputa anterior havia conquistado 89 cadeiras, agora, perdeu dez.
Os dados ainda podem mudar, já que o julgamento dos ‘Ficha Suja’ pode alterar o quadro, e a apuração ainda não estava encerrada em alguns municípios. O crescimento do PT dá mais força para a legenda reivindicar a presidência da Casa, também cobiçada pelos peemedebistas.
Além do PT e do PMDB, integram a aliança de Dilma o PCdoB, PSB, PDT, PR, PSC, PTC, PRB e PTN. Entre eles, o PR foi das agremiações que tiveram maior crescimento em relação à eleição passada. Saltou de 23 cadeiras para 41. O crescimento de cerca de 78% é resultado das votações obtidas principalmente pelo palhaço Tiririca (PR-SP) e por Anthony Garotinho (PR-SP).
Tiririca sagrou-se ontem o deputado federal mais votado do País, com pouco mais de 1,3 milhão de votos. Garotinho alcançou a segunda melhor votação, cerca de 695 mil votos, mas tem a candidatura sub judice.
Com exceção do PMDB e do PTC, todos os partidos da base aliada ampliaram o número de representantes na Câmara. Outro grande crescimento foi o do PSB, que tinha elegido 27 no pleito anterior e agora fez 34. Já o PCdoB, que conquistou 13 vagas em 2006, ontem alcançou 15.
Oposição enfraquecida
Os seis partidos que integram a coligação do presidenciável tucano, José Serra, - PSDB,DEM, PPS, PTB, PMN e PTdoB - ficaram com 142 cadeiras. Na legislatura atual, eles elegeram 179 parlamentares. Confirmando as projeções, a candidata Bruna Furlan (PSDB), filha do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, foi a oposicionista mais votada, com pouco mais de 270 mil votos.
Principal legenda da oposição, o PSDB perdeu, sozinho, 13 deputados. Antes havia elegido 66; agora, 53. Com o DEM, a derrocada foi ainda maior, em especial se levada em conta a trajetória desde 2002, quando o partido alcançou 84 vagas: em 2006 foram 65 e, agora, apenas 43, o que representa menos 22 representantes no Congresso de uma eleição para a outra.
"Bancadas de oposição - PSDB, DEM e PPS - reduziram seus titulares. Da base de sustentação do governo, no espectro de esquerda (PT, PSB, PDT e PCdoB), todos cresceram. Houve redução ao centro (PMDB e PTB). Mantiveram-se praticamente com a mesma bancada, os partidos à direita da base “, diz levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Segundo o site Congresso em Foco, a base aliada de um possível governo Dilma será 13% maior que a eleita quatro anos atrás, para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o levantamento, os governistas – não apenas aqueles eleitos pela coligação de Dilma - teriam 402 deputados federais, ante os 380 atuais e os 357 eleitos em 2006.
Gênero e renovação
De acordo com o Diap, as mulheres terão 43 representantes (8,4%) na Câmara, duas a menos em relação à atual bancada. Do total, 22 foram reeleitas. A entidade afirma ainda que, de 407 deputados que tentaram a reeleição, 284 (69,8%) tiveram sucesso. A Casa terá 229 novos parlamentares, índice de renovação de 44,6% - abaixo da média histórica das cinco últimas eleições.
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