A Bancada do PT apresentou na tarde desta quarta-feira (13) novas denúncias envolvendo o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-presidente da Dersa, Paulo Vieira de Souza, e o atual José Max Reis Alves.
As denúncias de tráfico de influência, desvio de dinheiro público e improbidade administrativa endossam a representação que os deputados petistas encaminham amanhã à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo.
“Trata-se de uma trajetória repleta de episódios nebulosos, inclusive uma prisão em flagrante por receptação de joia roubada”, disse o líder da Bancada do PT, Antonio Mentor, em referência a Paulo Vieira de Souza, acusado até pela cúpula do próprio PSDB de ter fugido com R$ 4 milhões arrecadados para a campanha eleitoral tucana.
Antes de sair da Dersa, no final de 2009, Preto foi ainda acusado de favorecimento na indicação da própria filha, a advogada Priscila Arana de Souza Zahran, para o Escritório Edgard Leite Advogados Associados, que defende a Dersa e as mesmas construtoras que deveriam ser fiscalizadas pela estatal, no Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado.
Deputado eleito e presidente do PT Estadual, Edinho Silva, destacou o acesso a informações privilegiadas que a advogada tinha, ao atuar em um escritório que atendia empreiteiras fiscalizadas por se próprio pai. “É evidente o conflito de interesses”, explicou Edinho.
As empreiteiras atendidas pelo escritório onde trabalha a filha do ex-presidente da Dersa atuaram nas principais obras viárias do Estado, como o Rodoanel, a Nova Marginal e a extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Paulo Vieira de Souza era o responsável, por exemplo, por autorizar o pagamento a estas empreiteiras.
“O contrato mais emblemático refere-se à extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Nós, da Bancada do PT, fomos até a Dersa, por causa das desapropriações que a obra iria provocar. Paulo Preto foi acintoso, violento e ameaçador”, relatou o deputado Adriano Diogo.
Festa de R$ 1 milhão
O estilo do ‘tocador de obras’ do ex-governador José Serra também aparece nas festas que ele promove. “A festa de aniversário que ele realizou em março de 2009, na Casa das Caldeiras, custou R$ 1 milhão, e teve direito até a camelos e odaliscas”, denunciou o líder da Bancada do PT.
A representação dos deputados petistas também pede à Procuradoria investigação sobre o atual presidente da estatal, José Max Reis Alves, que já integrava a diretoria da DERSA na gestão de Paulo Vieira de Souza e foi acusado de participar do Esquema PC Farias, a máfia que atuou durante o Governo Collor, no início da década de 90.
Esta é a segunda representação que a Bancada do PT envia à Justiça sobre o ‘caso Paulo Preto’. O primeiro pedido de investigação, formulado em maio de 2009, está vinculado à Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. “Estive reunido na semana passada com o Procurador (Fernando Grella Vieira) e o caso tramita em segredo de Justiça”, explicou o deputado Antonio Mentor.
No último final de semana, o ex-governador e atual candidato à Presidência da República, José Serra, tentou negar as relações com o engenheiro Paulo Preto. “Eu não sei quem é Paulo Preto”, disse Serra ao ser perguntado sobre Paulo Vieira de Souza. Mas, no dia 12 de outubro, Serra saiu em defesa do ex-presidente da Dersa e disse que ele é inocente e também que já foi eleito o Engenheiro do Ano.
A representação da Bancada do PT pede a instauração de um inquérito civil público para apurar os indícios de irregularidades.
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