Ativistas de diversos partidos, sindicatos e do movimento feminista encontraram-se nesta quarta-feira (27) na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, para manifestar apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Com uma imensa maioria de mulheres, a passeata de 2 mil pessoas tomaram ruas próximas à praça e caminharam pela região até a Prada da República, onde ocorreu o ato político pró-Dilma.
Organizado pelo comitê "Somos todas Dilma", o ato destacou a liderança de mulheres de diferentes partidos que compõem a coligação de apoio à candidata governista. Marta Suplicy (PT), ex-prefeita de São Paulo e senadora eleita pelo estado, Maria Elvira e Jandira Feghali, ambas deputadas federais eleitas por PMDB e PCdoB, respectivamente; a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão; Nilcéia Freire, ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal; Márcia Campos, presidente da Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM); a ex-ministra Benedita da Silva; e, representando a União Brasileira de Mulheres, Olívia Rangel. No chão, as inúmeras cores representavam as mais diversas entidades que engrossavam a passeata: NCST, CTB, CUT, PT, PCdoB, PDT, PPL, UBM, etc. Em comum o lilás, que representa a luta das mulheres por igualdade na lei e na vida.
Diversos jingles da campanha da candidata do Partido do Trabalhadores foram executados no carro de som durante a caminhada, inclusive "Dilma Lá", uma paródia de "Lula Lá", forte marca da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989. Manifestantes entoaram palavras de ordem, como "Dilma sim, Dilma sim, porque eu não penso só em mim"
Chuva de papel picado
Durante o percurso, alguns prédios saudaram a marcha com chuvas de papel picado, dando origem a piadas mencionando o episódio bisonho da bolinha de papel que levou Serra ao hospital. Representantes do movimento falaram do alto do carro de som, entre elas Lídia Correia da Silva, do Partido Pátria Livre, e Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Ambas defenderam a importância da continuidade do governo com a eleição da candidata petista, destacando como o regresso a mais um governo tucano prejudicaria o atual crescimento do país. "Nós mulheres não queremos o retrocesso, não queremos mais o tempo da terrível privatização, da quebradeira da indústria", disse Lídia Correia.
Juvandia lembrou do papel fundamental das políticas de Lula para impedir que o Brasil fosse afetado pela crise econômica mundial, desencadeada nos Estados Unidos em 2008. Ela destacou o papel das grandes empresas de pratrimônio público, principalmente os bancos, na hora de manter a estabilidade financeira durantes os períodos mais preocupantes. "Precisamos de continuidade deste governo, das políticas de inclusão social e desenvolvimento econômico que o Governo Lula iniciou. Já como candidata Dilma vem rompendo com o paradigmas. Nós, mulheres trabalhadoras, estamos com Dilma", declarou.
Dia Lilás
Durante o ato de encerramento do Dia Lilás em São Paulo, na Praça da República, Jandira Feghali fez discurso emocionado ressaltando que sempre que as mulheres se destacam na política os oponentes partem para a desqualificação pessoal e moral. A deputada federal mais votada do Rio de Janeiro também saudou a presença dos vários homens presentes na manifestação como parceiros na luta contra a discriminação da mulher. E acrescentou: “Serra está querendo utilizar o preconceito contra as mulheres dizendo que ‘Dilma não dará conta’. Mas nós estamos aqui para dizer que ela dá conta, sim. Dilma é uma mulher brilhante, com certeza será uma grande presidenta. As mulheres dão conta, sim!”
Já Benedita da Silva reforçou o aspecto social do governo Lula e como ele representou avanço na vida do brasileiro.
Para Nilcéa Freire, posição de Dilma mostra que às mulheres 'não é vedado nenhum espaço'. Na visão da ministra, o favoritismo da petista é carregado de simbolismo, por indicar às brasileiras que elas podem ocupar diferentes espaços de poder na sociedade. A ministra lembrou que a representação política feminina no poder ainda é muito pequena e que isso ocorre por causa da atual sociedade. "Isso é evidentemente um reflexo de uma cultura ainda machista e patriarcal que fez com que a política fosse uma coisa dos homens", afirmou.
Nilcéa explicou seu voto em Dilma pelo que isso representa para as brasileiras. "Quando uma mulher chega à posição que Dilma chega, coloca para outras mulheres que esta também é uma possibilidade", celebrou. "Na prática, isso vai fazer com que nossas jovens saibam que, para elas, não é vedado nenhum espaço", completou.
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