No debate entre os principais candidatos ao governo do Estado do Ceará, ontem (28 de setembro) na TV Verdes Mares, algo chamou a atenção: os ataques a Cid Gomes (PSB), depois do direito de resposta cedido a ele pela justiça eleitoral devido a veiculação de informações infundadas da revista Veja nas propagandas de Lúcio Alcântara (PR) e Marcos Cals (PSDB), foram bem menos agressivos do que das últimas vezes (só até o finalzinho).
Entre os vários tópicos do debate, Cid deixou claro seu total apoio ao projeto de transposição do rio São Francisco seguindo o pressuposto de que este só veio para ajudar a acabar com a sede no Nordeste e impulsionar o crescimento. Soraya Tupinanbá (PSOL) foi na contramão desta linha de pensamento, argumentando que a transposição não é para benefício da população verdadeiramente necessitada, mas para grandes empresas e para o agronegócio dos latifundiários.
Quando questionado sobre qual era a sua postura relativa ao uso intensivo de agrotóxicos nos perímetros irrigados do Ceará, e não só nestes, mas na agricultura em geral, que adquiriu um caráter de ameaça a saúde pública, ele apontou, de maneira bem evasiva, como uma ação concreta a destinação das embalagens e demais resíduos para lugares tidos como “seguros”. Nenhuma medida realmente eficaz foi cogitada.
O lema “por um Ceará moderno e forte”, de Marcos Cals e o conceito de modernidade adotado pelos tucanos cearenses, deixa claro que este também apoia a proposta, não de acabar com o problema, mas de ampliá-lo.
Lúcio durante o período em que governou o Ceará também nunca atuou no incentivo de práticas da agricultura familiar agroecológica de maneira satisfatória, logo, é de se esperar que com ele também nada mude com relação a isso.
Cabe a nós filiados e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores, numa eventual reeleição de Cid, cobrar veementemente atitudes reais em benefício da classe trabalhadora de nosso estado.
Coligado não é sinônimo de submisso. Temos que fazer uma escolha: ou somos a favor dos latifundiários da exportação que pouco empregam e que muito destroem os nossos recursos naturais, ou defendemos a produção sustentável na agricultura familiar, que gera muito emprego, não agride o meio ambiente e que só ajuda a melhorar a qualidade de vida de nosso povo sertanejo.
(Benedito Gomes Rodrigues - Coreaú)
(Benedito Gomes Rodrigues - Coreaú)
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